COMENTÁRIO DA BÍBLIA

 

Escrito por João Paulo Fernandes Pontes

 

Publicado em 30 de dezembro de 2003

 

Atualizado em 2 de abril de 2023

 

Gênesis 1:3-5 e Gênesis 1:14-19. Estes versículos mostram que no primeiro dia Deus criou a luz, e que depois disso Deus fez separação entre a luz e a escuridão, e que somente no quarto dia Deus criou o sol a lua e as estrelas. Portanto, verifica-se que Deus criou primeiramente um gás luminoso que ficava ao redor de toda a terra, e por isso havia luz em toda a terra ao mesmo tempo, e depois Deus juntou todo o gás luminoso em um só lugar e por isso passou a haver escuridão na parte da terra que ficava no lado oposto ao lado em que estava a nuvem de gás luminoso, e que posteriormente, no quarto dia, Deus transformou aquela nuvem de gás luminoso no sol, na lua e nas estrelas, ou seja, em todos os corpos celestes que existem atualmente.

Vemos que Deus criou os corpos celestes somente depois que Ele já tinha criado as plantas, pois Ele criou as plantas no terceiro dia (Gênesis 1:11-13), e criou o sol, a lua e as estrelas no quarto dia. Ao que tudo indica, Deus fez assim para que os corpos celestes ficassem perfeitamente ajustados às necessidades de luz e de calor das plantas.  O fato de constar em Gênesis 1:3 e 1:14-19 que Deus criou primeiramente a luz e somente três dias depois criou o Sol e as demais estrelas é uma prova de que realmente foi Deus quem ditou para Moisés os cinco primeiros livros da Bíblia, conforme consta em Êxodo 24:12, pois no tempo de Moisés as pessoas já usavam luminárias, como, por exemplo, lamparinas, candeeiros, lampiões, candelabros, tochas, fogueiras, etc., para produzirem luz, de modo que todos sabiam que a luz sempre provém de uma luminária, uma fonte de luz, de modo que, se Moisés tivesse inventado a história da criação da sua cabeça, obviamente ele teria escrito que Deus criou o Sol e as estrelas antes de criar a luz, ou ao mesmo tempo em que criou a luz, e jamais ele escreveria que Deus criou primeiramente a luz para depois criar as fontes de luz, ou seja, o Sol e as demais estrelas.

 

Gênesis 2:10-14. O primeiro rio, chamado Pisom (Pishon), é o rio Ganges, pois ali está escrito que o referido rio rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro bom, bdélio e pedra sardônica, o que mostra que a terra de Havilá é a Índia, pois lá há ouro bom e pedras preciosas ou semipreciosas.

Na Bíblia são mencionados dois homens chamados Havilá. Um deles é um dos descendentes de Cuxe (Kush), filho de Cão (Ḥam), mencionado em Gênesis 10:7, e o outro é um dos descendentes de Joctã (Yoqtan), filho de Éber, filho de Arfaxade, filho de Sem, mencionado em Gênesis 10:29. O Havilá filho de Cuxe residiu no atual Iêmen, e o Havilá filho de Joctã residiu na atual Índia. Portanto, devemos distinguir entre Havilá Ocidental, que é o Iêmen, e Havilá Oriental, que ficava na atual Índia.

O segundo rio, chamado Giom (Giḥon), é o Rio Indo, ou Indus, pois ali está escrito que o referido rio rodeia toda a terra de Cuxe (Kush), que é o atual Paquistão, que na Bíblia é chamado Cuxe (Kush) porque lá existe uma cordilheira chamada Indo Cuxe, ou Indocuche (Hindu Kush). Na Bíblia são mencionados dois países chamados Cuxe (Kush). Um deles é a terra do Cuxe (Kush) filho de Cão (Ḥam), e o outro é o atual Paquistão, onde fica a cordilheira chamada Indo Cuxe, ou Indocuche (Hindu Kush). Algumas pessoas dizem que o rio Giom (Giḥon) é o rio Nilo, mas isto é impossível, pois em Gênesis 2:10 está escrito que antes do dilúvio havia um só rio, que se dividia em quatro correntes, de modo que todos os quatro rios ali mencionados têm que estar situados na Ásia e têm que correr do norte para o sul, assim como o rio Tigre e o rio Eufrates, que são mencionados como sendo o terceiro e o quarto rios, respectivamente.

Os quatro rios são mencionados do Leste para o Oeste, já que é mencionado primeiramente o rio Tigre, que fica mais ao Oriente, e depois o rio Eufrates, que fica mais ao Ocidente.

Os rios Ganges e Indo (Indus) nascem no Tibete, na Cordilheira do Himalaia, e os rios Tigre e Eufrates nascem nas montanhas da Turquia (Anatólia), o que mostra que no início não existia separação entre as montanhas do sistema formado pelas cordilheiras Himalaia, Karakoram, Pamir e Hindu-Kush e as montanhas do Irã e da Turquia, e os rios Tigre e Eufrates nasciam no Tibete, juntamente com os rios Ganges e Indo (Indus), e corriam na direção do leste para o oeste até as montanhas da Turquia, e então viravam para o sul.

 

Gênesis 3.4. O fato de a serpente ter falado foi um milagre, pois serpentes não falam. Este milagre não foi feito por Deus, pois as palavras que a serpente queria falar eram contrárias ao mandamento de Deus. Portanto, este milagre foi feito pelo Satanás (Satan). Deus permitiu que o Satanás fizesse este milagre para provar os seres humanos, para ver se eles o amavam e obedeciam ao seu mandamento. Sabemos que Deus prova assim os seres humanos pelo que está escrito em Deuteronômio 13:1-3.

 

Gênesis 6.1-4. Os filhos de Deus aqui mencionados são anjos. Encontramos a expressão “filhos de Deus” em Jó 1.6 e 2.1, e em Daniel 3.25, sendo que em todas estas passagens esta expressão tem o sentido de “anjos”. Inclusive, em Daniel 3.28 se diz expressamente que o “filho de Deus” mencionado em Daniel 3.25 é um anjo.

Portanto, vemos que alguns anjos se casaram com mulheres, e elas geraram filhos deles. Estes anjos são também chamados de “gigantes”. A palavra que é traduzida como gigantes é a palavra hebraica “nefilim”, que literalmente significa “caídos”.

Em Gênesis 6:4 está escrito “estes foram os valentes que houve na antiguidade, varões de fama.” Portanto, aparentemente, as narrativas das histórias dos feitos destes anjos caídos, ou gigantes, e dos que nasceram quando eles se casaram com mulheres, deram origem às lendas dos povos antigos, que passaram a adorá-los como deuses, contrariando o mandamento de Deus, que disse: “Não terás outros deuses diante de mim”.

Logo depois disso, Deus enviou o dilúvio, de modo que, aparentemente, um dos motivos que levaram Deus a fazer o dilúvio foi eliminar estes anjos caídos e os filhos que eles geraram ao se casarem com mulheres.

 

Gênesis 10:1-32. Este trecho é conhecido como “Tábua das Nações”, pois nele são mencionadas as nações que se originaram dos três filhos de Noé (Nôaḥ), Sem (Shem), Cão (Ḥam) e Jafé (Yáfet), pois cada descendente de Noé (Nôaḥ) ali mencionado deu origem a uma nação ou país.

Nos versículos 2 a 5 são mencionados os descendentes de Jafé (Yáfet).

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas 1:6:1):

Gômer são os gálatas, que habitavam na região da Galácia (Galátia), que ficava na região central da Anatólia, que é a atual Turquia.

Magog são os Citas (Scythians), que habitavam no território que atualmente corresponde à Ucrânia, sul da Rússia e a parte oeste do Cazaquistão.

Madai são os Medos (Medes), que habitavam no noroeste do atual Irã.

Javan (Yavan) são os gregos.

Tubal são os Íberos, que habitavam na Ibéria, que ficava na parte oriental da atual Geórgia, e depois parte dos Íberos migrou para a atual Península Ibérica, onde ficam Espanha e Portugal.

Meseque são os Capadócios, que habitavam na Capadócia, que é uma região no leste da atual Turquia.

Tirás são os Trácios (Thracians), que habitavam em regiões do sudeste da atual Bulgária e em regiões das atuais Grécia e Turquia, próximas à fronteira com a Bulgária.

Asquenaz (Ashkanaz) são os Reginos, que habitavam na cidade de Rages, a qual é mencionada em Tobias 1:14, que atualmente se chama Rey (ou Ray), na província de Teheran, no atual Irã. Posteriormente, na literatura rabínica, a terra de Asquenaz passou a ser identificada como a Alemanha. Portanto, aparentemente, os descendentes de Asquenaz em algum momento migraram da região da atual cidade de Teerã, no Irã, para a região da atual Alemanha. 

Rifat são os Paflagonianos (Paphlagonians), que habitavam na Paflagônia, que era uma região na beira do Mar Negro, na parte norte do centro da Anatólia, que é a atual Turquia.

Togarma são os Frígios (Phrygians), que habitavam na Frígia, que ficava na região centro-ocidental da Anatólia, que é a atual Turquia.

Elisá são os Eólios (Aeolians), que habitavam na região da Tessália, na atual Grécia.

Társis são os Cilicianos (Cilicians), que habitavam na Cilícia, que é uma região na beira do Mar Mediterrâneo, no sul da Anatólia, que corresponde às atuais províncias de Mersin, Adana, Osmaniye e Hatay, na Turquia.

Quitim são os Cipriotas (Cypriots), ou seja, habitantes da ilha de Chipre.

Flávio Josefo não mencionou Dodanim. Dodanim, no Pentateuco Samaritano e em 1 Crônicas 1:7 aparece como Rodanim, e na Septuaginta aparece como “Ródioi”, o que corresponde à palavra hebraica “Rodanim”, o que mostra que no texto hebraico usado pelos tradutores da Septuaginta constava “Rodanim” e não “Dodanim”. Portanto, verifica-se que no texto original constava Rodanim, e não Dodanim. Esta troca de “r” por “d”, ou vice-versa, ocorre com grande frequência, porque no alfabeto hebraico as letras Resh ר e Dáleth ד, que correspondem às letras latinas “r” e “d”, são muito parecidas, de modo que, como os copistas escreviam a mão, já que na antiguidade não existia imprensa, nem computador, nem máquina de escrever, muitas vezes quem ia ler tinha dificuldade de distinguir o Resh ר do Dáleth ד, e por isso terminava lendo uma letra ao invés da outra. Ao que tudo indica, os descendentes de Rodanim são os habitantes da ilha de Rodes, na Grécia.

Segundo Flávio Josefo, os descendentes de Jafé (Yáfet) habitaram nos territórios desde os montes Taurus e Amanus, ao longo da Ásia, até o rio Tansis, e ao longo da Europa até Cádis, que fica na Espanha.

Estes descendentes de Jafé (Yáfet) posteriormente migraram para outros países, e por isso, com base nos dados mencionados acima e nas famílias linguísticas das línguas faladas pelos povos das regiões ali referidas, pode-se dizer que os povos descendentes de Jafé (Yáfet) são os seguintes:

Descendentes de Gomer: os celtas.

Descendentes de Magog: os eslavos.

Descendentes de Madai: os persas.

Descendentes de Javã: os gregos.

Descendentes de Tubal: os iberos e os bascos.

Descendentes de Meseque: Os itálicos.

Descendentes de Tirás: Os bálticos.

Descendentes de Asquenaz: os germânicos.

Descendentes de Rifate: os húngaros, os finlandeses e os estonianos.

Descendentes de Togarma: os caucasianos, entre os quais estão os georgianos, os chechenos e os circassianos.

 

Nos versículos 6 a 20 são mencionados os descendentes de Cão (Ḥam).

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas 1:6:2), os descendentes de Cão (Ḥam) possuíram os territórios desde Síria e Amanus, e as montanhas do Líbano, possuindo tudo que está no seu litoral, e até o oceano.

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas 1:6:2):

Cuxe (Kush) é a Etiópia.

Mizraim (Mitsráyim) é o Egito.

Pute (Put) é a Líbia.

Canaã habitou a terra posteriormente chamada Judeia.

Sabá são os Sabeus. Os sabeus, segundo os historiadores, viviam na parte sul da Arábia, no território do atual Iêmen.

É necessário esclarecer que a Etiópia mencionada na Bíblia corresponde ao território não somente da atual Etiópia, mas também dos atuais Sudão, Sudão do Sul, Eritréia, Djibuti e Somália.

Ainda segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas 1:6:2):

Havilá são os Getulianos, cujo país, Getúlia, corresponde às atuais Tunísia e Argélia. Segundo Saadia Gaon e Benjamin Tudela, Havilá é a região de Zeila, no extremo norte da Somália, próximo à fronteira com Djibuti. No entanto, em Gênesis 25:18 está escrito que os descendentes de Ismael habitaram desde Havilá até Sur que está diante do Egito, indo para Assur (Assíria). Os descendentes de Ismael são os árabes. Portanto, vemos que Havilá ficava na Arábia, no território que hoje corresponde à Arábia Saudita. Também é possível que os descendentes de Havilá tenham se dividido, e uma parte deles tenha se fixado na Tunísia e na Argélia, outra parte no extremo norte da Somália, e outra parte na Arábia Saudita.

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas 1:6:2), Sabtá são os Astaboranos (Astaborans), cujo território fica no nordeste do Sudão, onde fica a cidade de Atbara.

Os outros descendentes de Cuxe (Kush) mencionados em Gênesis 10:7, Raamá, Sabtecá, e os filhos de Raamá, Xebá e Dedã, assim como os outros descendentes de Cuxe (Kush) não mencionados em Gênesis 10:7, deram origem aos demais povos da África subsaariana, sendo que Flávio Josefo, no seu livro Antiguidades Judaicas 6:2, disse que Dedã, que ele chama de Judadás, deu origem a uma nação na Etiópia ocidental.

E está escrito em Gênesis 10:8-12 que Cuxe (Kush) gerou a Nimerode, o qual reinou na Mesopotâmia, nas cidades de Babel (Babilônia), Ereque, Acade e Calné na terra de Sinar, e de lá saiu para Assur (Assíria), e edificou a Nínive e Calá.

Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas 6:2), disse que Nimerode, filho de Cuxe (Kush), permaneceu na Mesopotâmia, entre os Babilônios, mas isto foi antes da confusão das línguas, narrada em Gênesis 11:1-9. Depois da confusão das línguas, os seres humanos foram espalhados para diversas regiões da terra, de modo que, ao que tudo indica, Nimerode também foi para a Etiópia, assim como os demais descendentes de Cuxe (Kush).

Em Gênesis 10:13-14 está escrito que Mizraim gerou a Ludim, a Anamim, a Leabim, a Naftuim, e a Patrusim, e a Casluim (de onde saíram os filisteus), e a Caftorim.

Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas 1:6:2), disse que Leabim habitou na Líbia, e que os outros filhos de Mizraim aí mencionados habitaram nas regiões que ficam entre Gaza e o Egito, e que os filisteus habitaram na Filístia, que é uma região de Israel onde ficavam as cinco cidades dos filisteus, que eram Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom e Gate (Josué 13:3).

Está escrito em Gênesis 10:15-18 que Canaã gerou a Sidon, e a Hete, e ao jebuseu, e ao amorreu, ao arqueu, ao sineu, e ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e que depois se espalharam as famílias dos cananeus.

Alguns dizem que os sineus são os chineses, mas isto não está correto, porque está escrito em Gênesis 10:19 que o termo dos cananeus foi desde Sidon, indo para Gerar, até Gaza, indo para Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.

Lasa ficava na atual Jordânia, próximo ao Mar Morto, de modo que a China fica fora da área ocupada pelos Cananeus.

A cidade de Lasa foi posteriormente denominada pelos gregos Callirhoe.

Além disso, na época em que foi escrita a Torá, ou Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia), a China não era chamada Sin, mas sim Messa (em hebraico Meshá).

O topônimo Meshá é derivado de “meshi”, que significa “seda” em hebraico, de modo que “Meshá” significa “terra da seda”.

Quem habitou em Meshá foram os descendentes de Joctâ (Yoqtan), conforme se vê em Gênesis 10:30.

Os sineus (sinim) habitavam na península de Sinai, nas regiões de Sin e Sinai, mencionadas em Êxodo 16:1 e 19:1, pois em hebraico “sinim” significa “habitantes de Sin ou de Sinai”.

Sidon habitou na cidade de Sidon.

Os hamateus habitaram na região de Lebô Hamate e na própria cidade de Hamate, mas posteriormente os Arameus tomaram a cidade de Hamate e ficaram habitando nela.

 

Em Gênesis 10:22-30, são mencionados os filhos de Sem.

Elam foi o pai dos Elamitas, os quais habitavam na parte sudoeste do atual Irã.

Assur foi o pai dos assírios, que habitavam na parte norte da Mesopotâmia, que é a região que fica entre os rios Eufrates e Tigre, no atual Iraque.

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas, 1:6:4), Arfaxade foi o pai dos Caldeus, que habitavam na parte sul da Mesopotâmia.

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas, 1:6:4), Lude foi o pai dos Lídios, que habitavam na parte oeste da Anatólia, que fica na atual Turquia.

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas, 1:6:4), Aram foi pai dos arameus, que foram chamados pelos gregos de sírios, os quais habitavam em regiões que ficam na atual Síria.

Está escrito em Gênesis 10:23 que os filhos de Aram foram Uz, Hul, Geter e Más.

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas, 1:6:4), Uz fundou Traconitis e Damasco, Hul fundou a Armênia, Geter foi o pai dos Bactrianos, que habitavam no atual Afeganistão, e Más fundou a cidade dos Mesaneanos, que posteriormente foi chamada Cárax Espasinu, a qual ficava no sul da Mesopotâmia, perto da confluência do rio Euleu, mencionado na Bíblia como rio Ulai (Daniel 8:2), atualmente chamado rio Karkheh, com o rio Tigre.

Está escrito em Gênesis 10:24 que Arfaxade gerou Sela, e Sela gerou Héber. Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas, 1:6:4), os judeus foram originalmente chamados hebreus por serem descendentes de Héber.

Em Gênesis 10:25 está escrito que Héber gerou dois filhos, Pelegue e Joctã (Yoqtan).

Em Gênesis 10:26-29 está escrito que Joctã gerou a Almodade, a Selefe, a Hazarmavete, a Jerá, Hadorão, a Usal, a Dicla, a Obal, a Abimael, a Sebá, a Ofir, a Havilá e a Jobabe.

Em Gênesis 10:30 está escrito que a habitação dos filhos de Joctã foi desde Messa (Meshá), indo para Sefar, montanha do oriente.

Messa (Meshá) é a China, porque a palavra Meshá, em hebraico, significa “terra da seda”, porque seda em hebraico é “méshi”.

Sefar é a Cordilheira do Himalaia, porque está escrito que Sefar é o monte do Oriente.

Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas, 1:6:4), os filhos de Joctã (Yoqtan) habitaram desde o Rio Cofen, que atualmente se chama Rio Cabul, nas regiões da Índia e da Seria (σηρια), que fica perto dela.

Seria (σηρια) é a China, porque a palavra Seria (σηρια), em grego, significa “terra da seda”, porque seda em grego é “ser” (σηρ).

Aqui cabe notar que as pessoas que traduziram a obra de Flávio Josefo do grego para outras línguas não traduziram corretamente este trecho em que Flávio Josefo fala sobre onde residiram os descendentes de Joctã.

O texto original, em grego, deste trecho do livro Antiguidades Judaicas, de Flávio Josefo, é o seguinte:

οὗτοι ἀπὸ Κωφῆνος ποταμοῦ τῆς Ἰνδικῆς καὶ τῆς πρὸς αὐτῇ Σηρίας τινὰ κατοικοῦσι”.

Este trecho, transliterado em letras latinas, é “houtoi apó Kophenos potamou tes Indikes kai tes pros aute Serias tiná katoikousi”.

A correta tradução deste trecho, mantendo a ordem em que as palavras aparecem, é a seguinte: “Estes, desde Cofen rio, da Índia e da perto dela Seria em regiões habitaram”.

Colocando as palavras na ordem utilizada na língua portuguesa, a tradução fica assim: “Estes habitaram desde o rio Cofen, em regiões da Índia e da Seria, que fica perto dela”.

Portanto, verifica-se que os descendentes de Joctã (Yoqtan), que também são hebreus (pois são descendentes de Héber), habitaram na China, na Índia, na Coréia, no Japão, na Mongólia, nos países do Sudeste Asiático, na Malásia, na Indonésia, na Oceania, na Sibéria e nas Américas, de modo que os povos indígenas de todos estes países e regiões, inclusive os índios das Américas e os nativos da Oceania, são descendentes de Joctã (Yoqtan), e por isso são hebreus.

 

Gênesis 14:14. O local chamado mencionado neste versículo não é a cidade de mencionada em outros trechos da Bíblia, mas sim uma das nascentes do rio Jordão, que se chamava , conforme esclareceu Flávio Josefo no seu livro “Antiguidades Judaicas”, livro I, capítulo 10, parágrafo 1.

 

Gênesis 19:30 a 38. No início da humanidade, Deus não proibiu os casamentos entre parentes próximos, porque a humanidade começou com apenas um casal, Adão e Eva, de modo que, para que a espécie humana pudesse se multiplicar, era necessário que fosse permitido o casamento entre irmãos, e de pai com filha ou neta, ou seja, era necessário que fosse permitido o casamento entre parentes próximos.

Somente no tempo de Moisés é que Deus proibiu o casamento entre parentes próximos.

Por issso é que Abraão se casou com Sara, que era sua irmã por parte de pai (Gênesis 20:12), e por isso é que as filhas de Ló tiveram relações sexuais com o seu próprio pai, a fim de gerar descendentes para Ló, já que, em decorrência da destruição de Sodoma e Gomorra, não havia homens que pudessem se casar com elas.

Mas posteriormente, Deus ditou para Moisés os mandamentos que estão em Levítico 18:6-18, proibindo o casamento entre parentes próximos, de modo que, atualmente, é proibido o casamento entre parentes próximos.

 

Êxodo 3.13-16. A tradução correta deste trecho é a seguinte:

ÊX 3.13 ENTÃO DISSE MOISÉS A DEUS: EIS QUE QUANDO EU FOR AOS FILHOS DE ISRAEL, E LHES DISSER: O DEUS DE VOSSOS PAIS ME ENVIOU A VÓS; E ELES ME DISSEREM: O QUE É O SEU NOME? QUE LHES DIREI?

ÊX 3.14 E DISSE DEUS A MOISÉS: EU SOU O QUE FAZ EXISTIR. E DISSE: ASSIM DIRÁS AOS FILHOS DE ISRAEL: EU FAÇO EXISTIR ME ENVIOU A VÓS.

ÊX 3.15 E DEUS DISSE MAIS A MOISÉS: ASSIM DIRÁS AOS FILHOS DE ISRAEL: JAVÉ DEUS DE VOSSOS PAIS, O DEUS DE ABRAÃO, O DEUS DE ISAQUE, E O DEUS DE JACÓ, ME ENVIOU A VÓS; ESTE É MEU NOME ETERNAMENTE, E ESTE É MEU MEMORIAL DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO.

Neste trecho, Deus explicou a Moisés o significado do Seu nome, Javé (Yahveh).

Deus explicou que o Seu nome é derivado do verbo hebraico HAVAH, que é uma forma variante do verbo hebraico HAYAH, que significa “ser, estar, ou existir”.

Deus disse que o Seu nome, Yahveh, significa “Ele faz existir”.

A correta vocalização da frase hebraica אהיה אשר אהיה é אֶהְיֶה אֲשֶׁר אַהְיֶה EHEYEH ASHER AHEYEH, que significa “Eu sou o que faço existir”, e a correta vocalização da palavra hebraica אהיה no versículo 13, na frase אהיה שלחני אליכם é אַהְיֶה AHEYEH, que significa “Eu faço existir”.

Isto porque a correta vocalização do tetragrama sagrado é יַהְוֶה Yahveh, porque a forma abreviada do nome de Deus é Yah, como vemos em vários versículos do Tanach (Antigo Testamento), sendo que os massoretas não alteraram a vocalização da forma abreviada do nome de Deus, יָהּ YÁHE, de modo que podemos saber que a primeira vogal do tetragrama sagrado é A.

Muitos tradutores traduzem a frase hebraica מַה שְּׁמוֹ MAH SHEMÔ, que consta em Êxodo 3:13 como “QUAL É O SEU NOME?”, mas a tradução correta é “O QUE É O SEU NOME?”, pois a palavra hebraica “MAH” significa “O QUE?”.

 

Êxodo 6.3. A tradução correta deste versículo é a seguinte: “E APARECI A ABRAÃO, A ISAQUE, E A JACÓ, COMO DEUS ONIPOTENTE, E O MEU NOME, JAVÉ, NÃO FIZ CONHECER A ELES”.

Neste versículo, Deus disse que Ele não explicou a Abraão, Isaque e Jacó o significado do Seu nome, Javé, como explicou a Moisés, como vemos em Êxodo 3.13-16.

Isto não significa que Abraão, Isaque e Jacó não conhecessem o nome de Deus, Yahveh, significa apenas que Deus não explicou para eles o significado do Seu nome.

E de fato, vemos que Abraão, Isaque e Jacó já conheciam o nome de Deus, Yahveh, pois eles O chamavam pelo Seu nome, como vemos em Gênesis 13.4 e 15.2 e 26.25 e 27.7 e 28.16 e 28.21 e 32.9.

 

Levítico 17:1-7. Este trecho mostra que Deus ordenou que todos os sacrifícios sejam oferecidos a Ele, no Seu santuário, e mostra também (versículo 7) que os sacrifícios que são oferecidos para os falsos deuses, na realidade são oferecidos aos demônios. 

 

Levítico 19.27. A tradução correta deste versículo é a seguinte: “NÃO DESTRUIREIS O CANTO DO VOSSO CABELO, E NÃO DESTRUIRÁS O CANTO DA TUA BARBA”.  Em algumas traduções da Bíblia, este versículo aparece da seguinte forma: “Não cortareis o cabelo, arredondando o canto da vossa cabeça, nem danificarás a ponta da tua barba”.  Esta tradução é errônea.  O texto original, em hebraico, é o seguinte: “LO TAQIFU PEAT ROSHKHEM VELO TASHCHIT ET PEAT ZEQANEKHA”. LO significa NÃO. TAQIFU é o futuro, segunda pessoa do plural, do verbo HIQIF, que é a forma causativa (hif’il) da raiz NAQAF.  O significado mais comum deste verbo é “rodear”, mas ele também pode significar “destruir”, pois em Jó 19:26, este verbo aparece com o significado de “destruir”, e em Isaías 10:34, este verbo aparece com o significado de “cortar” (Cortará com ferro as moitas da floresta).  Se traduzíssemos TAQIFU como “rodeareis”, não faria sentido, pois ficaria “Não rodeareis o canto do vosso cabelo”.  Portanto, nesta passagem, este verbo significa “destruir”, ou “cortar”. No entanto, aparar os cabelos é permitido, pois em Números 6:5 está dito que somente durante o período de tempo em que dura o voto de nazireu é que não é permitido aparar os cabelos.  Portanto, nesta passagem este verbo significa “destruir”.  Inclusive, na parte que se refere à barba, o verbo usado, TASHCHIT (futuro, segunda pessoa do singular masculino do verbo HISHCHIT), significa “destruir”.  PEAT é o construto de PEÁ, que significa “canto” ou “lado”.  Como este versículo se refere a cabelo e barba, “destruir” aí significa “rapar”, pois quando a pessoa simplesmente apara o cabelo ou a barba, os pelos continuam existindo, embora mais curtos, mas quando a pessoa rapa o cabelo ou a barba, com uma navalha, ou uma lâmina de barbear, ou um barbeador elétrico, o pelo desaparece totalmente. Este mandamento significa que não devemos rapar o canto ou o lado do cabelo, e que não devemos rapar o canto ou o lado da barba. Deus não especificou qual o canto ou o lado do cabelo ou da barba que não devemos rapar, de modo que não é permitido rapar nenhum canto ou lado do cabelo ou da barba. È permitido rapar todo o cabelo ou toda a barba, porque em Levítico 14:8-9 está escrito que Deus ordenou que a pessoa que foi curada de lepra rape todo o cabelo e toda a barba e as sobrancelhas e todos os demais pelos e lave as suas vestes e se lave com água para ficar limpo, e em Números 8:7 está escrito que Deus ordenou que os levitas fossem aspergidos com água de expiação de pecado e fizessem passar a navalha sobre toda a sua carne e lavassem as suas vestes para serem purificados, o que mostra que rapar o cabelo ou a barba contribui para a purificação da pessoa, e em Números 6:9 está escrito que se uma pessoa fizer voto de nazireu e a cabeça do seu nazireado for contaminada porque alguém morreu subitamente junto a ela, esta pessoa deve rapar a sua cabeça, e está escrito em Números 6:18 que quando se cumprirem os dias do nazireado da pessoa que fez voto de nazireu, esta pessoa deve rapar a sua cabeça. Portanto, é permitido aparar o cabelo ou a barba, no todo ou em parte, e é permitido até mesmo cortar os pelos bem curtos, ou passando a máquina de cortar cabelo sem nenhum pente, de modo que os pelos ficam com cerca de 1 milímetro de comprimento, ou passando o modelador de barba na regulagem mais curta, de modo que os pelos ficam com 0,5 mm de comprimento, mas não é permitido rapar parte do cabelo ou parte da barba, com navalha ou lâmina de barbear ou barbeador elétrico.

 

Números 15.38-41. Neste trecho, Deus ordenou que nós usemos franjas nos cantos da nossa roupa.  As roupas que têm canto são os mantos. Portanto, devemos colocar franjas nos cantos dos nossos mantos. E Deus mandou que nas franjas ponhamos um cordão azul. A palavra hebraica que é traduzida como franja é "tsitsit". Franja é um conjunto de cordões que são enfiados em um orifício no canto do manto, e nos quais se dão nós, ficando os cordões pendentes. E Deus mandou que nós coloquemos nas franjas um cordão azul, e disse que este cordão azul serve para nos lembrar de todos os Seus mandamentos, para que os cumpramos. O manto que tem franjas nos seus cantos é chamado Talit. Uma maneira de cumprir este mandamento é usar Talit pelo menos uma vez por dia, ao orar.  

 

Números 34:7-9. Neste trecho, Deus disse qual é a fronteira norte da Terra de Israel. Monte Hor, em hebraico, é Hor haHar, o que significa “montanha da montanha”. Esta expressão é também usada em Números 20:22-27 e 33:36-41, e ali esta expressão se refere à cadeia de montanhas que fica na parte sudoeste da Jordânia, perto da fronteira com Israel, onde Aharon morreu. Portanto, vemos que a expressão Monte Hor, em hebraico Hor haHar, significa uma cadeia de montanhas. Na Bíblia, as cadeias de montanhas Líbano e Anti-Líbano são chamadas de Líbano. Portanto, o Monte Hor (Hor haHar) mencionado em Números 34:7-8 não é a Cordilheira do Líbano. Portanto, o Monte Hor (Hor haHar) mencionado em Números 34:7-8 é a Cordilheira Costeira da Síria, situada nas províncias sírias de Latakia e Tartus, perto do Mar Mediterrâneo. Entrada de Hamate (em hebraico Levo-Hamat) é a região que corresponde às atuais províncias sírias de Tartus e Homs e a parte da província de Deir Ez-Zor que fica a oeste do Rio Eufrates. Zedade é a vila que atualmente se chama Sadad, na Síria, cujas coordenadas são 34° 18′ 48″ N, 36° 55′ 27″ E. Zedade, em hebraico é צדד , que se escreve com as letras tsade (ou sade), dalet, dalet. Sadad, em árabe, é صدد , que se escreve com as letras sad, dal, dal, de modo que há uma correspondência perfeita entre o nome Zedade e o nome Sadad. Hazar Enã é a vila que atualmente se chama Al-Qaryatayn, na Síria, cujas coordenadas são 34° 14′ 0″ N, 37° 14′ 0″ E. Hazar-Enã, em hebraico, significa “Vila do Olho”, e Qaryatayn, em árabe, ao que tudo indica, é contração de Qaryat-‘Ayn, que também significa “Vila do Olho”. Portanto, ao que tudo indica, a localidade de Zifrom (Zifron) corresponde à atual vila chamada Mahin, na Síria, que fica entre Sadad e Al-Qaryatayn.

 

Números 34:10-12. Neste trecho, Deus disse qual é a fronteira leste da Terra de Israel. Hazar Enã é Al-Qaryatayn, conforme demonstrei acima, no comentário aos versículos Números 34:7-9. A Ribla aí mencionada não é a mesma Ribla mencionada em 2 Reis 23:33-34 e 2 Reis 25:1-7 e Jeremias 52:9, porque a Ribla mencionada nestes versículos fica na terra de Hamate, e por isso fica no norte da Terra de Israel, e a Ribla mencionada em Números 34:10-12 fica na fronteira leste da Terra de Israel. Em Números 34:11 está escrito que Ribla fica a leste de Aim (Ayin). Ayin é a cidade de Al Ain, no Líbano, cujas coordenadas são 34.2282566, 36.3718452. Como a cidade de Ribla mencionada em Números 34:11 fica a leste de Al Ain, então a mencionada Ribla é a cidade de Qarah, na Síria, cujas Coordenadas são 34.154167, 36.744167, pois esta é a cidade que fica a leste de Al Ain. Portanto, Sefã (Shefam) é a cidade de Al Buraij, ou Bureij, na Síria, cujas coordenadas são 34.258333, 36.771111, pois Al Buraij (ou Bureij) fica entre Al-Qaryatayn (que é Hazar Enã) e Qarah (que é Riblah).

 

Deuteronômio 13:1-3. Este trecho mostra que Deus permite que aconteçam milagres mediante a invocação de falsos deuses, para nos provar, para saber se nós O amamos com todo o nosso coração e com toda a nossa alma. Estes milagres são feitos por demônios que se fazem passar pelos falsos deuses. Sabemos disso pelo que está escrito em Levítico 17:1-7.

 

Deuteronômio 14.4-5. Todos os animais terrestres que Deus permitiu que nós comamos são bovinos, ovinos, caprinos ou cervídeos.

 

Deuteronômio 14.21 primeira parte. A primeira parte deste versículo trata da proibição de comer cadáver. Cadáver é o animal que morreu por doença ou por acidente, ou por ter sido atacado por outro animal. Nós só podemos comer animais que estejam vivos, e sejam matados especialmente para serem comidos.

Neste versículo Deus permite que se dê o cadáver de animal ao “estrangeiro que está nos teus portões”, ou que se venda o cadáver de animal ao estranho.

O estrangeiro aí mencionado é descrito como "o estrangeiro que está nos teus portões", o qual é o estrangeiro que não aderiu ao povo de Israel, pois o estrangeiro que aderiu ao povo de Israel também não pode comer cadáver, como vemos em Levítico 17:15-16, onde está dito que qualquer alma que comer cadáver ou dilacerado, entre os naturais ou entre os estrangeiros, lavará as suas roupas e se banhará na água, e será imunda até a tarde, e será limpa, e se não lavar, e não banhar a sua carne, levará a sua transgressão.

Portanto, não há aí uma exceção à regra que está em Números 15:15, onde Deus disse: “Ó congregação, uma só lei haverá para vós e para o estrangeiro residente.”

O estrangeiro residente é aquele que, embora não sendo israelita de nascimento, aderiu ao povo de Israel, pois se converteu a Deus, e passou a obedecer a todos os Seus mandamentos, pois em Números 15:30 está escrito que todo aquele que pecar à mão levantada, dos naturais ou dos estrangeiros, deve ser extirpado do seu povo, e em Êxodo 12:19 está escrito que os estrangeiros também fazem parte da congregação de Israel, e em Josué 8:33 está escrito que os estrangeiros também fazem parte do povo de Israel.

Portanto, existem dois tipos de estrangeiros: o estrangeiro que obedece aos mandamentos de Javé, o qual faz parte do povo de Israel, e o estrangeiro que não obedece aos mandamentos de Javé, o qual não faz parte do povo de Israel, e por isso o estrangeiro mencionado em Deuteronômio 14:21 é mencionado como “o estrangeiro que está nos teus portões”, para deixar claro que se trata de um estrangeiro que não obedece aos mandamentos de Javé, e que portanto não aderiu ao Povo de Israel, que é o povo de Deus.

O estrangeiro que se converteu a Deus, passando a obedecer a todos os Seus mandamentos, que estão na Sua Lei (Torá), faz parte do povo de Israel (Êxodo 12:19 e Josué 8:33), e pode residir na Terra de Israel, se assim desejar.

O estrangeiro que não se converteu a Deus, pois não obedece aos mandamentos de Deus, que estão na Sua Lei (Torá), não faz parte do povo de Israel e não pode residir na Terra de Israel, e somente pode estar na Terra de Israel apenas provisoriamente, como é o caso dos estrangeiros que foram à Terra de Israel para levar mercadorias, ou para tratar de negócios, mas irão retornar para a sua terra logo que terminarem de fazer o que foram fazer na Terra de Israel.

Converter-se a Deus equivale a converter-se ao judaísmo, pois o judaísmo é a religião que consiste em obedecer a todos os mandamentos de Deus, que estão na Sua Lei (Torá), que está nos cinco primeiros livros da Bíblia.

 

Deuteronômio 14:21 segunda parte. Na segunda parte deste versículo, Deus ordena que nós não cozinhemos o cabrito no leite da sua mãe.

Portanto, não devemos cozinhar carne de cabrito no leite da cabra que pariu aquele cabrito.

Os rabinos ampliam esta proibição, e dizem que não se deve comer nenhum tipo de carne junto com nenhum tipo de leite, ou com nenhum tipo de laticínio.

No entanto, esta ampliação da proibição é errada, pois em Deuteronômio 4:2 Deus disse para nós não acrescentarmos nada à Sua lei.

Portanto, é permitido comer carne com leite ou derivado de leite.

Somente quando formos cozinhar carne de cabrito é que não devemos cozinhá-lo no leite da cabra que pariu aquele cabrito.

 

Deuteronômio 25:11-12. Em relação a este trecho, deve-se ressaltar que Deus proibiu que uma mulher, para defender o seu marido numa briga, estenda a sua mão e pegue nos órgãos genitais do adversário do seu marido, e não proibiu que a mulher chute os órgãos genitais do adversário do seu marido.

 

2 Samuel 24.1. Neste versículo há uma lacuna, pois ali consta “e incitou a Davi contra eles”, mas não esclarece quem incitou a Davi contra eles, sendo que o sujeito da oração anterior é “a ira de Javé”, mas a ira de Javé não é uma pessoa, que possa incitar alguém. Esta lacuna é preenchida pelo versículo 1 Crônicas 21.1, onde está escrito: “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel”, o que mostra que quem incitou Davi a numerar o povo foi Satanás. Juntando os dois versículos, 2 Samuel 24 e 1 Crônicas 21.1, temos o relato completo do fato, que é o seguinte: “E a ira de Javé tornou a se acender contra Israel; Então Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi contra eles, dizendo: vai, numera a Israel e a Judá.”

 

Esdras 4:5 a 6:12. Em Esdras 4:5 está escrito que os inimigos de Israel alugaram conselheiros contra os judeus, para frustrarem o seu plano de reconstruir o templo de Deus, todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até o reinado de Dario, rei da Pérsia, e em Esdras 4:6 está escrito que no reinado de Assuero (Xerxes), no princípio do seu reinado, os inimigos de Israel escreveram uma acusação contra os habitantes de Judá e de Jerusalém, e nos versículos Esdras 4:7-14 está escrito que nos dias de Artaxerxes os inimigos de Israel escreveram uma carta ao rei Artaxerxes, dizendo que os judeus estavam reconstruindo Jerusalém e que se ela fosse reconstruída ela se rebelaria contra o império persa, e que o rei Artaxerxes, após ler esta carta, mandou impedir a reconstrução de Jerusalém, e então cessou a obra de reconstrução do templo de Deus até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia. E nos versículos Esdras 5:1 a Esdras 6:12 está escrito que então os profetas Ageu e Zacarias profetizaram em nome do Deus de Israel, e então Zorobabel e Jesua começaram a edificar a casa de Deus, e então Tatenai, o governador dalém do rio, e Setar-Bozenai e os seus companheiros perguntaram aos judeus quem lhes tinha dado ordem para reedificar a casa de Deus, e eles disseram que tinha sido o rei Ciro, e eles enviaram uma carta ao rei Dario, e ele verificou que Ciro tinha mandado os judeus reconstruírem o templo de Deus, e então o rei Dario ordenou que deixassem os judeus reconstruírem o templo de Deus, e deu apoio financeiro para a reconstrução do templo e para o culto a Deus.

A ordem cronológica dos reis da Pérsia (depois do início do Império Persa) é a seguinte:

1) Ciro o Grande, também chamado Ciro II, de 559 a 530 AEC.

2) Cambises II, de 530 a 522 AEC.

3) Dario I, de 522 a 486 AEC.

4) Xerxes I (Assuero), de 485 a 465 AEC.

5) Artaxerxes I, de 465 a 424 AEC.

6) Dario II, de 424 a 404 AEC.

7) Artaxerxes II, de 404 a 358 AEC.

Portanto, vemos que os inimigos de Israel impediram os judeus de prosseguirem com a reconstrução do Templo de Deus durante os reinados de Ciro, Cambises II e Dario I (Esdras 4:5), e no reinado de Xerxes I os inimigos de Israel escreveram uma acusação contra os judeus (Esdras 4:6), e no reinado de Artaxerxes I este ordenou que cessasse a obra de reconstrução de Jerusalém e do templo de Deus (Esdras 4:7-22), e então cessou a obra de reconstrução do templo de Deus, até o segundo ano do reinado de Dario II (Esdras 4:23-24), e que então os profetas Ageu e Zacarias profetizaram, e Zorobabel e Jesua reiniciaram a reconstrução do templo de Deus (Esdras 5:1-2), e então o governador dalém do rio enviou uma carta ao rei Dario II perguntando se era verdade que o rei Ciro havia mandado os judeus reconstruírem o templo de Deus, e então o rei Dario II verificou que realmente o rei Ciro havia ordenado que os judeus reconstruíssem o templo de Deus, e mandou reconstruir o templo de Deus (Esdras 5-3 a 6:12).

 

Esdras 6:15 Neste versículo está escrito que a reconstrução do Templo de Deus terminou no sexto ano do reinado do rei Dario. O rei Dario aí mencionado é o rei Dario II, que reinou desde o ano 424 até o ano 404 antes da era comum, como se vê pelo comentário aos versículos Esdras 4:5 a 6-12, acima. O sexto ano do reinado do rei Dario II foi o ano 418 AEC. Portanto, a reconstrução do templo de Deus terminou no ano 418 AEC.

 

Esdras 7:1-8:1 O rei Artaxerxes mencionado nestes versículos é o rei Artaxerxes II, que reinou desde o ano 404 até o ano 358 AEC, como se vê pelo comentário aos versículos Esdras 4:5 a 6:12, acima. Em Esdras 7:6-7 está escrito que Esdras subiram de Babilônia para Jerusalém no sétimo ano do rei Artaxerxes. Portanto, Esdras subiu de Babilônia para Jerusalém no ano 397 AEC.

 

Neemias 2:2-11 Nestes versículos está escrito que no ano vigésimo do rei Artaxerxes, o referido rei autorizou Neemias a reedificar Jerusalém e deu apoio financeiro para a obra, e Neemias foi para Jerusalém. O rei Artaxerxes aí mencionado é o rei Artaxerxes II, que reinou desde o ano 404 até o ano 358 AEC, conforme se vê pelo comentário aos versículos 4:5 a 6:12 acima. Portanto, vemos que Neemias foi para Jerusalém no ano 384 AEC.

 

Miquéias 5.1 (em algumas Bíblias é 5.2). A tradução correta deste versículo é a seguinte: “MQ 5.1 E TU, BELÉM EFRATA, SENDO PEQUENA ENTRE OS MILHARES DE JUDÁ, DE TI ME SAIRÁ O QUE SERÁ GOVERNANTE EM ISRAEL, E AS SAÍDAS DELE SÃO DESDE OS TEMPOS ANTIGOS, DESDE OS DIAS DA ANTIGUIDADE.”         Este versículo significa que o Messias deveria nascer na cidade de Belém.

A parte final deste versículo significa que o Messias deveria sair da descendência de Davi, o qual viveu em tempos antigos.

Alguns traduzem a parte final deste versículo como “DESDE OS DIAS DA ETERNIDADE”, mas o texto original em hebraico é מִימֵי עוֹלָם MIMEY ‘OLAM, e a palavra hebraica עוֹלָם ‘OLAM pode significar “antiguidade” ou “tempos antigos”, e pode também significar “eternidade”, mas no caso em questão, como o texto se refere a um homem que iria nascer na cidade de Belém, a palavra ‘OLAM só pode significar “antiguidade” ou “tempos antigos”, porque nenhum homem tem origem na eternidade, pois o homem foi criado por Deus, de modo que Deus já existia antes que existisse o primeiro homem, e Deus é o Criador de todas as coisas, de modo que só Deus existe desde a eternidade.

No versículo Gênesis 6.4 a palavra hebraica ‘OLAM é traduzida como “antiguidade”.

No versículo Deuteronômio 32.7 a palavra hebraica ‘OLAM também é traduzida como “antiguidade”.

 

Malaquias 1.11. Este versículo significa que no tempo em que foi escrito o livro de Malaquias as outras nações também cultuavam a Javé, e lhe queimavam incenso e lhe ofereciam oferendas.

Isto concorda com o que vemos em Daniel 6.26, onde está escrito que o rei Dario o medo, que dominava sobre muitas nações, expediu um decreto ordenando que em todo o domínio do seu reino os homens tremessem e temessem perante Javé.

 

Malaquias 3.1-3 A tradução correta deste trecho é a seguinte:

ML 3:1 EIS QUE EU ENVIO O MEU ANJO, E ABRIRÁ CAMINHO DIANTE DE MIM; E DE REPENTE VIRÁ AO SEU TEMPLO O SENHOR, A QUEM VÓS BUSCAIS, E O ANJO DO PACTO, QUE VÓS DESEJAIS, EIS QUE ELE VEM, DIZ JAVÉ DOS EXÉRCITOS.

ML 3:2 E QUEM SUPORTARÁ O DIA DA SUA VINDA? E QUEM SUBSISTIRÁ, QUANDO ELE APARECER? PORQUE ELE SERÁ COMO O FOGO DO OURIVES E COMO O SABÃO DOS LAVANDEIROS.

ML 3:3 E ASSENTAR-SE-Á COMO FUNDIDOR E PURIFICADOR DE PRATA; E PURIFICARÁ OS FILHOS DE LEVI, E OS REFINARÁ COMO OURO E COMO PRATA; E ESTARÃO OFERECENDO OFERENDA A JAVÉ EM JUSTIÇA.

O anjo do pacto mencionado em Malaquias 3.1 é o anjo mencionado em Êxodo 23:20-23. Ele é chamado de “anjo do pacto” porque Deus disse que enviaria este anjo logo depois de ter sido feito o pacto entre Deus e o povo de Israel, que foi relatado em Êxodo 19:3-8. Em Êxodo 23:21, Deus disse que o seu nome está naquele anjo, e em Êxodo 23: 21-22 vemos que aquele anjo age e fala em nome de Deus, de modo que as suas palavras e os seus atos são palavras e atos do próprio Deus. Por isso é que em Malaquias 3:1-3 Deus ora fala na terceira pessoa do singular, referindo-se ao anjo do pacto, e ora fala na primeira pessoa do singular, mas em ambos os casos está se referindo a atos dele próprio, já que o seu nome está no anjo do pacto, e o mesmo age em nome dele, de modo que os atos do referido “anjo do pacto” são atos do próprio Deus.

 

Salmos 14:2-3. A tradução correta deste trecho é a seguinte:

SL 14.2 JAVÉ OLHOU DESDE OS CÉUS PARA OS FILHOS DE ADÃO, PARA VER SE HAVIA QUEM ENTENDESSE, QUEM BUSCASSE A DEUS.

SL 14.3 TODOS SE DESVIARAM; JUNTAMENTE SE SUJARAM; NÃO HÁ QUEM FAÇA O BEM, NÃO HÁ SEQUER UM.

Na maioria das traduções consta em Salmos 14:2 “filhos dos homens”, ao invés de “filhos de Adão”. Ambas as traduções são possíveis e corretas, pois em hebraico consta “BNEI ADAM”, e a palavra hebraica “ADAM” significa “homem” ou “homens”, e é também o nome próprio de Adão, o primeiro homem. Adão é a adaptação para o português da palavra hebraica “ADAM”. No entanto, no caso do versículo Salmos 14:2, é preferível a tradução “filhos de Adão”, ao invés de “filhos dos homens”, porque o contexto mostra que aí a expressão “BNEI ADAM” (filhos de Adão, ou filhos do Homem, ou filhos dos homens) está sendo usada em oposição às expressões “meu povo” (Salmos 14:4) e “geração do justo” (Salmos 14:5), expressões estas que correspondem à expressão “BNEI ISRAEL”, que significa “filhos de Israel”.

Neste trecho está dito que no momento em que este salmo foi escrito não havia entre os filhos de Adão ninguém que entendesse, ou que buscasse a Deus, e que naquele momento todos os filhos de Adão tinham se desviado e tinham se sujado, e que naquele momento não havia entre os filhos de Adão ninguém que fizesse o bem, nem sequer um.

É fato notório que na época em que o salmo 14 foi escrito os filhos de Israel buscavam a Deus, e em Salmos 14:4 Deus diz “meu povo”, o que mostra que o povo de Israel era o povo de Deus, um povo que buscava a Deus, e em Salmos 14:5 está escrito que Deus está com a geração do justo, e esta expressão “a geração do justo” se refere ao povo de Israel, que são os descendentes de Jacó (também chamado Israel), o qual era justo.

Tudo isso mostra que em Salmos 14:2 a expressão “filhos de Adão” (ou “filhos dos homens”) significa “os gentios”, ou seja, os não israelitas, em oposição às expressões “meu povo” (Salmos 14:4) e “geração do justo” (Salmos 14:5), que correspondem à expressão “filhos de Israel”.

Portanto, vemos que o significado de Salmos 14:1-2 é que, no momento em que o salmo foi escrito, não havia entre os gentios, ou seja, entre os não israelitas, ninguém que entendesse, ninguém que buscasse a Deus, e que todos os gentios haviam se desviado e juntamente haviam se sujado, e que entre os gentios não havia quem fizesse o bem, não havia nem sequer um.

No Novo Testamento, Paulo de Tarso, em Romanos 3:9-18, interpretou erradamente o trecho Salmos 14:1-2, pois disse que não há, nem entre os gentios nem entre os judeus, ninguém que não peque, ninguém que seja justo, ninguém que busque a Deus, o que é mentira, pois é fato notório que os judeus que praticam a sua religião buscam a Deus e obedecem aos Seus mandamentos, e por isso Deus chama o povo de Israel de “meu povo” (Salmos 14:4) e de “geração do justo” (Salmos 14:5). O Novo Testamento não faz parte da verdadeira Bíblia, pois ele contém palavras que contradizem as palavras que Deus já havia falado antes, que estão escritas no Tanakh (Bíblia Hebraica, ou Antigo Testamento). A verdadeira Bíblia é a Bíblia Hebraica (Tanakh).

 

Salmos 45:7-8 (em algumas Bíblias é Salmos 45:6-7). A tradução correta destes versículos é a seguinte: SL 45.7 O TEU TRONO, Ó DEUS, É PARA SEMPRE E SEMPRE. CETRO DE RETIDÃO É O CETRO DO TEU REINO. SL 45.8 AMASTE A JUSTIÇA E ODIASTE A IMPIEDADE; POR ISSO JAVÉ TEU DEUS TE UNGIU COM ÓLEO DE ALEGRIA MAIS DO QUE A TEUS COMPANHEIROS. Algumas pessoas acham estranho o fato de que em Salmos 45:7 o autor do salmo usa o vocativo “ó Deus”, e logo em seguida passa a falar se dirigindo ao Ungido de Deus, o Messias, o rei de Israel, e algumas pessoas usam estes versículos para dizerem que Jesus o Nazareno é Deus.

No entanto, o que acontece é que o autor do salmo às vezes se dirige a Deus, e logo depois passa a se dirigir ao Ungido de Deus (Messias, rei de Israel). Por isso é que ele falou, se dirigindo a Deus, dizendo: “O TEU TRONO, Ó DEUS, É PARA SEMPRE E SEMPRE. CETRO DE RETIDÃO É O CETRO DO TEU REINO.”, e depois falou, se dirigindo ao Ungido de Deus, dizendo: “AMASTE A JUSTIÇA E ODIASTE A IMPIEDADE; POR ISSO JAVÉ TEU DEUS TE UNGIU COM ÓLEO DE ALEGRIA MAIS DO QUE A TEUS COMPANHEIROS”.

Jesus o Nazareno não é Deus, pois Deus é o Criador de todas as coisas, e Jesus o Nazareno é um homem, e o homem é uma criatura, e não tem como o Criador ser a criatura, e não tem como a criatura ser o Criador. Isto é uma impossibilidade lógica. Portanto, é totalmente absurdo dizer que Jesus o Nazareno é Deus. Além disso, a falsa doutrina que diz que Jesus o Nazareno é Deus leva as pessoas a pecarem, pois está escrito em Êxodo 20:3 que Deus disse: “Não terás outros deuses diante de mim”, e aqueles que dizem que Jesus o Nazareno é Deus violam este mandamento, pois têm também um outro deus além do único verdadeiro Deus, Javé, o Criador de tudo que existe. Para mais detalhes sobre este assunto, veja a página http://www.caraita.teo.br/jesus_cristo_e_deus.htm .

 

Autor: João Paulo Fernandes Pontes (nome hebraico: Yochanan Ben Yosef).

 

E-mail: joaopaulopontes@caraita.teo.br .

 

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